Greve geral paralisa a Argentina; líder sindical celebra 'sucesso retumbante'
- Edmilson Costa
- 10 de abr.
- 2 min de leitura

Por Glauco Faria, da Revista Forum
A greve geral na Argentina convocada por centrais sindicais, contra as medidas de austeridade promovidas pelo governo de Javier Milei, paralisou diversos serviços em todo o país nesta quinta-feira (10).
O sistema ferroviário nacional não funcionou e deve voltar à rotina normal após a meia-noite desta sexta (11). Vários voos de companhias aéreas foram cancelados ou remarcados. O metrô não funcionou na cidade de Buenos Aires, assim como os táxis, que não devem circular até a meia-noite.
O co-secretário da CGT, Héctor Daer, declarou que a terceira greve geral contra o governo de Javier Milei foi "um sucesso retumbante", segundo o Pagina12. Em entrevista coletiva, ele enfatizou que "o movimento trabalhista está buscando uma agenda clara e concreta para mudar as políticas de renda" pela gestão.
Nesta quarta-feira (9), como preparação para a greve, sindicatos e organizações sociais realizaram uma grande manifestação em frente ao Congresso Nacional para apoiar os aposentados, um dos setores mais afetados pelos ajustes do governo Milei. Além da mobilização massiva em Buenos Aires, houve mobilizações em diferentes cidades do país.
Reação do governo Milei
Daer considerou que a greve demonstrou "mais uma vez que o movimento está buscando uma agenda clara e concreta para mudar as atuais políticas fiscais do nosso país, determinadas pelo governo".
O governo Milei, por seu lado, tentou minimizar a greve geral e organizou uma reunião de gabinete na Casa Rosada. Para demonstrar a aparência de suposta normalidade, Javier Milei liderou o tradicional encontro com seus ministros, juntamente com suas duas pessoas mais próximas, a secretária-geral da Presidência e sua irmã, Karina Milei, e o assessor Santiago Caputo.
Segundo o jornal Clarín, membros do governo qualificaram a paralisação como "fracasso total". De forma contraditória, contudo, o subsecretário de Imprensa, Javier Lanari, disse que um relatório do Ministério da Economia calculou que a greve resultará em um prejuízo de US$ 880 milhões.
Já o Ministério dos Transportes relatou uma perda de US$ 1,4 bilhão devido à falta de receita de passagens para trens, incluindo cargas e passageiros. A Aerolíneas Argentinas, por sua vez, teve que suspender 258 voos. "Essa medida, que está fora do controle da empresa, impactará toda a rede de operações e representará um custo estimado de US$ 3 milhões para a empresa", explicou em nota a companhia aérea.
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